Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento do Câncer de Ovário?
Atualmente não existem testes de detecção precisos e seguros para o Câncer de Ovário. O que a comunidade médica sabe é que existe um determinado número de fatores que aumentam o risco de a mulher vir a desenvolver a doença. São estes:
O histórico familiar: aproximadamente 15% dos casos de câncer de ovário têm sua origem no histórico familiar. Isso significa que o risco é maior para as mulheres que têm parentes de primeiro grau (mãe, irmã, filha, avó, neta, tia ou sobrinha, quer seja do lado materno ou paterno da família) diagnosticados com câncer de mama, do cólon (útero) ou câncer de ovário em qualquer idade.
A idade: a maioria dos casos de câncer de ovário ocorre em mulheres com mais de 40 anos de idade que chegaram à menopausa. Todavia, alguns tipos de câncer de ovário podem acometer mulheres jovens.
Síndromes genéticas: o risco de desenvolver a doença aumenta em aproximadamente 5% a 10% quando a pessoa é portadora de anormalidades nos genes BRCA1 ou BRCA2. Esses genes fazem parte do grupo de genes que controlam a divisão das células. Quando eles sofrem mutações, deixam de exercer suas funções adequadamente aumentando o risco. Mulheres com mutações no gene BRCA1 apresentam 20% a 60% de chance de desenvolver câncer de ovário até os 70 anos de idade. Nas que têm mutações no BRCA2, o risco é de 10% a 35%. Esses dois genes, quando alterados, também estão relacionados a um risco maior de desenvolver câncer de mama. Outra síndrome conhecida é a de Lynch II que está associada aos cânceres de ovário e de intestino. Cerca de 10% das mulheres com síndrome de Lynch II desenvolverão câncer de ovário no decorrer da vida.
Reposição hormonal: a reposição hormonal na fase de menopausa está associada ao risco de desenvolver tumores malignos induzidos pela exposição ao estrógeno, como são os casos dos cânceres de ovário, endométrio e mama. É interessante lembrar que o uso de pílulas anticoncepcionais e as gestações são fatores protetores que reduzem o risco de desenvolver tumores de endométrio e de ovário. Caso você faça algum tipo de reposição hormonal (ou já tenha feito), converse com o seu médico sobre esse assunto.
O risco de desenvolver câncer de ovário é maior nas mulheres que não tiveram filhos, que nunca tomaram a pílula anticoncepcional, que iniciaram o período menstrual muito cedo ou cuja menopausa começou mais tarde do que a média.
Ter antecedente de Câncer de Mama: se você já teve câncer de mama, também pode ter um risco aumentado de desenvolver câncer de ovário. Há várias razões para isso. Alguns dos fatores de risco reprodutivos para câncer de ovário também podem afetar o risco de câncer de mama. O risco de câncer de ovário após câncer de mama é maior em mulheres com histórico familiar de câncer de mama. Uma forte história familiar de câncer de mama pode ser causada por uma mutação hereditária nos genes BRCA1 ou BRCA2 e síndrome hereditária de câncer de mama e ovário, que está ligada a um risco aumentado de câncer de ovário.
Obesidade: alguns estudos sugerem que mulheres obesas podem apresentar até 50% a mais de risco de desenvolver câncer de ovário do que as mulheres não obesas.
Tabagismo: Fumar não aumenta o risco de câncer de ovário em geral, mas está associado a um risco aumentado para o tipo mucinoso.
Existem também fatores com efeitos pouco claros sobre o risco de câncer de ovário:
▶ Andrógenos
▶ Talco
▶ Dieta
▶ Andrógenos
Andrógenos, como a testosterona, são hormônios masculinos. Parece haver uma ligação entre certos andrógenos e tipos específicos de Câncer de Ovário, mas são necessários mais estudos sobre o papel dos andrógenos no câncer de ovário.
▶ Talco
Tem sido sugerido que o pó de talco pode causar câncer nos ovários se as partículas de pó (aplicadas na área genital ou em absorventes higiênicos, diafragmas ou preservativos) passarem pela vagina, útero e trompas de falópio até o ovário.
Muitos estudos em mulheres analisaram a possível ligação entre o pó de talco e o câncer de ovário. Os resultados foram mistos, com alguns estudos relatando um risco ligeiramente aumentado e alguns relatando nenhum aumento. Muitos estudos de caso-controle encontraram um pequeno aumento no risco. Mas esses tipos de estudos podem ser tendenciosos porque geralmente dependem da memória de uma pessoa sobre o uso de talco muitos anos antes. Um estudo de coorte prospectivo, que não teria o mesmo tipo de viés potencial, não encontrou risco aumentado. Um segundo encontrou um aumento modesto no risco de um tipo de câncer de ovário.
Para qualquer mulher, se houver um risco aumentado, o aumento geral provavelmente será muito pequeno. Ainda assim, o talco é amplamente utilizado em muitos produtos, por isso é importante determinar se o aumento do risco é real. A pesquisa nesta área continua.
▶ Dieta